Suplementação na Gravidez


Apesar da prática regular inadequada, a suplementação na gravidez não deve ser regra e deve apenas ser considerada no caso de existir uma necessidade adicional de determinados nutrientes. Uma alimentação saudável e natural consegue suprir todas as necessidades da grávida e do bebé e o excesso de determinados nutrientes no organismo poderá resultar em problemas mais graves do que o défice dos mesmos.

Uma alimentação saudável, no geral, suprime todas as necessidades de nutrientes necessárias, no entanto, existem casos em que estas estão aumentadas. A gravidez poderá ser um destes casos, e para colmatar (mais antecipar...) estas necessidades é frequente a utilização de suplementação, muitas vezes sem verificar a real necessidade. A suplementação deve ser prescrita pelo médico apenas após verificação da necessidade através de análises clínicas. No entanto, isso quase não acontece, porque existe uma base de consideração que o "melhor é prevenir"... e à qual eu não posso concordar!

O interesse da toma de suplementos durante a amamentação
Os suplementos mais utilizados são o ferro, o ácido fólico e, mais recentemente, o iodo, sendo que a utilização de qualquer um dos suplementos está sempre dependente de cada caso em particular podendo existir necessidade de outras suplementações. Mas então, porque são tão importantes estes suplementos e porque insistem que todas as grávidas devem tomá-los?
A resposta nem sempre é consensual e acaba muitas vezes por ser pressionada por fatores médicos externos... quer porque evitam a constante análise laboratorial, quer porque estudos indicam que o défice destes nutrientes podem resultar em complicações no desenvolvimento do bebé, quer porque por vezes a frequência de análises e exames complementares nem sempre é cumprida, e portanto, isto obrigaria a uma maior responsabilidade (principalmente no sistema de saúde pública) neste facto. 

É inegável que para que a recém mamã viva a amamentação de forma tranquila e pelo maior período de tempo possível, é necessário que o leite seja suficientemente rico para proporcionar a melhor alimentação ao bebé.
A fadiga e uma alimentação pouco equilibrada podem empobrecer o leite materno e complicar a amamentação. Nestas condições, a toma de suplementos alimentares naturais pode ajudar a fornecer os melhores benefícios possíveis ao bebé e assim garantir a continuidade da amamentação de forma segura. Todavia, isto apenas será necessário em casos muito ocasionais. O importante é que durante a amamentação, a mãe evite dietas restritivas, privilegie uma alimentação natural e pouco industrializada e fundamentalmente realize análises clínicas a cada 4 a 6 meses, a fim de verificar a necessidade de suplementação. Uma alimentação saudável e natural consegue suprir todas as necessidades da mãe e do bebé.

O DHA (ómega 3) melhora as funções cognitivas do bebé
Os ómega 3 são ácidos gordos essenciais conhecidos pela capacidade que têm de regular os níveis de lípidos no organismo. A toma de um desses ácidos gordos – o DHA – é reconhecida por melhorar as funções cognitivas do bebé amamentado, bem como a sua acuidade visual. 
Encontramos os ómega 3 na sua forma natural nos peixes gordos (como sardinha, salmão, truta, arenque, atum, cavalinha), sementes de chia, linhaça e nozes, por exemplo.

O iodo na mãe e no bebé
Os suplementos alimentares de iodo podem ser recomendados em caso de carência de iodo. Na verdade, esta falta de iodo pode estar associada a um risco de hipotiroidismo e, por conseguinte, de hormonas tiroideias insuficientes. O bebé corre, nesse caso, o risco de sofrer um abrandamento no seu crescimento e enfraquecimento a nível nervoso e mental. A consequência pode chegar a ser um quociente de inteligência inferior à média. Caso seja necessário, opta preferencialmente por iodo puro e natural, que poderá eliminar o risco total de hipotiroidismo. 

Consumir bacalhau (preferencialmente cozido em vapor), cavala, pescada, ovo cozido (preferencialmente caseiro), couve flor, alface ou sal marinho iodado, será também ideal na prevenção desta carência.

Cálcio e vitamina D para reconstruir o capital ósseo
As mulheres têm a sua densidade óssea diminuta durante a gravidez, por isso têm necessidades acrescidas de cálcio após o nascimento do bebé. Por outro lado, o nível de cálcio da recém mamã pode baixar durante a amamentação, visto que o cálcio passa em quantidades significativas para o leite materno. Por esta razão, pode ser necessário tomar um suplemento de cálcio (Calcium Orotate).
Adicionalmente, se verificada esta carência, considera-se necessário consumir também um suplemento de vitamina D. É frequente que as mulheres que acabaram de dar à luz apresentem carências de vitamina D e por isso, esta vitamina permite facilitar a absorção de cálcio nos ossos.

Em conjunto com a exposição solar adequada (horário de incidência mais eficaz das 11h às 15h) e ao consumires salmão, sardinha, atum e gema de ovo (preferencialmente ovo caseiro), por exemplo, irás disponibilizar ao teu organismo uma boa quantidade de vitamina D, que não precisa ser diária, basta ser frequente semanalmente.

O cardo mariano estimula a lactação
O cardo mariano é uma planta selvagem rica em silimarina, um flavonoide potente com múltiplas propriedades positivas para o organismo. Exerceria, nomeadamente, um papel notável na saúde do fígado e do sistema digestivo.

A silimarina é igualmente considerada como um “galactógeno" e encontra-se facilmente na forma de suplemento alimentar. Os herboristas atribuem-lhe, de facto, o poder de estimular a lactação, permitindo à mãe ter leite suficiente para alimentar o seu bebé. Embora alguns estudos apontem neste sentido, esta propriedade ainda não foi oficialmente aceite como "demonstrada cientificamente".

Amamentação sem dietas restritivas
A amamentação é um período especial na vida de uma mãe e do seu bebé. Uma alimentação equilibrada e, sobretudo, sem dietas restritivas irão ser necessárias para manter a amamentação por um longo período de tempo. Se for necessário suplementar, suplementos naturais prestarão também uma boa ajuda à mãe para que o bebé cresça saudável. Não esquecendo que antes de iniciar a toma de qualquer medicamento ou suplemento alimentar durante a gravidez ou a amamentação, é necessário efetuar análises clínicas para que seja perceptível a real necessidade.

NOTA
Espero que ao aumentar o conhecimento das grávidas e recém mamãs, estas tenham o discernimento de aquando o aconselhamento de suplementação por parte do médico assistente, questionem acerca da real necessidade e efetividade da suplementação prévia. Para todos os efeitos vocês têm a ultima palavra! Muito do que vemos hoje alterado na ciência, foi através do questionamento. Se não existe questionamento generalizado por parte de utentes e profissionais, as agências de saúde nacionais e internacionais irão continuar a dar indicações aos agentes de saúde determinado tipo de ações e eles irão cumpri-las porque determinado estudo x, y, z encomendado por laboratórios e elaborado em Universidades estatais não isentas assim o ditam. A suplementação não deve ser uma prática banal como tem vindo a ser tornada dia após dia, e se eu puder contribuir de alguma forma para combater esta realidade, irei fazê-lo! 

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