
Há um momento no fim do ano em que o tempo abranda... não lá fora, mas dentro de nós.
É aquele instante silencioso em que começas a perceber que algo está a fechar, que um ciclo se completa e que tu própria te preparas para atravessar a ponte entre o que foste e o que estás prestes a ser.
Encerrar 2025 com clareza emocional não tem a ver com resoluções forçadas, listas infinitas ou promessas que perdem força em fevereiro.
Tem a ver com lucidez. Com consciência. Com olhar para dentro.
E duas ferramentas podem ajudar-te profundamente neste processo: journaling e autoanálise dhármica.
Vamos por partes...
1. Antes de escrever, abranda
Não mergulhes no ano de uma só vez. A clareza nasce do ritmo, não da pressa. Este é o teu momento.- luz quente
- uma manta
- chá
- música suave
- e acima de tudo, tempo... mesmo que sejam apenas 15 minutos
2. Journaling: o espelho que não mente
Escrever é uma forma de escuta. Quando colocas as palavras no papel, deixas de fugir de ti. Os pensamentos organizam-se, as emoções acalmam e aquilo que parecia confuso ganha contorno.Aqui ficam algumas perguntas para fechares 2025 com honestidade:
O que este ano te ensinou sobre ti?
Nem sempre são os mais bonitos. Às vezes são os mais difíceis.
Raiva? Tristeza? Frustração? Saudade?
Escreve sem censura. É para ti.
E quais te afastaram?
O que ainda precisas de libertar antes de entrar em 2026?
Sê sincera: o que não podes levar contigo?
O journaling só funciona quando escreves com coragem e com compaixão.
3. Autoanálise dhármica: alinhar o que viveste com o teu propósito
A visão dhármica lembra-te que cada ano carrega uma lição principal, uma direção interna e um convite de evolução. A pergunta não é apenas “o que aconteceu?”, mas “para que é que isto serviu no meu caminho?”Para fazer esta autoanálise, responde:
Qual foi o tema espiritual e emocional do teu ano?
Foi um ano de cura? De desapego? De afirmação pessoal? De reconstrução?
Qual foi o desafio que te chamou a crescer?
A dharma não é suave: é honesta.
Onde é que a vida te pediu maturidade?
O que é que 2025 te empurrou a deixar morrer?
Há sempre algo que precisa de ser libertado para o ciclo seguinte se abrir.
E qual foi a semente que plantaste... mesmo sem te aperceber?
Um talento, um hábito, uma relação, uma forma nova de te olhares.
Estás mais alinhada com quem és?
Se sim, como?
Se não, o que precisas de ajustar?
A autoanálise dhármica não é sobre julgar: é sobre perceber o sentido do teu caminho.
4. Integra o que descobriste
Depois de escreveres e refletires, fecha o caderno por um momento.Coloca as mãos no peito.
Respira.
E pergunta-te:
“O que é que eu escolho levar comigo para 2026?”
Escolhe três coisas apenas:
- uma força que descobriste,
- uma verdade que aprendeste,
Levar pouco é mais poderoso do que carregar tudo.
5. O ritual final: despedida e renascimento
Escreve uma carta curta a ti própria, como quem fecha um capítulo.Agradece, despede-te do que foi e abre espaço ao que vem.
Depois, fecha o caderno com a sensação de que deste ao teu ano o que ele merecia: atenção, consciência e propósito.
Porque encerrar com clareza é libertador
Quando terminas um ano sem consciência, repetes os padrões no seguinte.
Quando o fechas com clareza, abres caminho a 2026 com leveza, intenção e maturidade emocional.
Hoje é segunda-feira. O dia ideal para te sentares contigo, em silêncio, e fazeres aquilo que tantas vezes esqueces: ouvir-te. Tudo o que procuras já vive em ti, basta criares espaço para ver.


0 comments:
Enviar um comentário
Deixa o teu comentário!
Os comentários são moderados, pelo que podem não ser visíveis logo após o envio!