Documentário | Larissa - o outro lado de Anitta


Sabes aquele momento em que de repente, sentes que estás a ver alguém despir a alma em frente à câmara? Foi exatamente isso que senti ao ver o documentário "Larissa: O Outro Lado de Anitta". Não é mais um conteúdo sobre a artista, os prémios, os looks ou os sucessos mundiais. É sobre a mulher que vive por trás de tudo isso. A mulher que quase ninguém vê: a Larissa.

Este documentário não é feito para quem procura espectáculo. É feito para quem tem coragem de ver a verdade... sem filtros, sem edições para agradar. A cada cena, ficas mais próximo dela. Mais próximo daquela que cresceu a ouvir que não ia dar em nada, que teve de construir armaduras para sobreviver, e que mesmo no topo do mundo, ainda se pergunta quem é, de verdade.

É desconfortável às vezes. Porque ela mostra os bastidores do que é ser uma mulher forte num mundo que cobra, suga e julga. Ela fala de saúde mental, de burnout, de dores que não se curam com fama nem com likes. E o mais impressionante? Ela não dramatiza. Ela simplesmente mostra. Com coragem. Com humanidade.

Ver este documentário é quase como olhar ao espelho e perceber que, por detrás das nossas próprias versões “para o mundo”, também existe uma parte de nós que só queremos que seja vista por quem realmente importa.

"Larissa: O Outro Lado de Anitta" não é sobre a popstar. É sobre ti, sobre mim, sobre todas as vezes em que tivemos de ser fortes demais quando só queríamos ser compreendidas e amadas. É um convite para deixares cair a capa e abraçares quem és. Sem medo. Sem pose. Se tiveres coragem para isso… então vê. E depois fala-me se não te tocou onde mais precisavas.
O documentário é narrado por um antigo "crush" da infância de Larissa, o que adiciona um toque íntimo e pessoal à história. Essa perspectiva permite que o público conheça a Larissa de uma forma mais próxima e autêntica, além de observar a construção da persona de Anitta.

A Minha Análise
Na minha leitura, o vazio que a Larissa sente vem de muito antes da fama... vem da infância, das dores guardadas em silêncio, das ausências disfarçadas com força. E é precisamente daí que nasce a Anitta. A personagem. A armadura. A guerreira incansável que conquistou o mundo. Mas sabes… a sensação que fica é que essa armadura está a ficar pesada demais. A Larissa já não consegue segurá-la por muito mais tempo. E talvez nem queira. Talvez o grito silencioso que ouvimos ao longo do documentário seja, na verdade, um pedido: “Deixem-me voltar a ser Larissa.”

O alter ego da Anitta sempre foi “vida loca”, cheio de luzes, intensidade, atitude. Mas há uma diferença entre interpretar e habitar uma personagem. E quando essa personagem se cola à pele durante anos, o risco é esqueceres-te de quem és quando as câmaras se desligam.

Meses atrás vi uma notícia que referenciava que a Anitta estava a receber tratamento hospitalar, passado um tempo vejo outra notícia que ela estava a mostrar a sua vibe "espiritual" e que os seus fãs estavam preocupados com o estado da sua saúde mental... 
Confesso: nunca me identifiquei muito com a figura pública que ela mostrava. Achava-a demasiado para mim... demasiado intensa, demasiado ousada, demasiado distante. Mas mesmo sem essa ligação pessoal, sempre reconheci o talento inegável. Ela é uma força da natureza: canta, dança, lidera, é poliglota, uma estratega nata. Uma artista completa, sem dúvida. Mas... e se ela já não quiser ser tudo isso o tempo inteiro? E se, por dentro, só quiser ser alguém que não tem de agradar a toda a gente a toda a hora?

Talvez o maior acto de coragem da Larissa, agora, seja permitir-se parar. Desistir. Respirar. Dizer “não quero mais” sem culpa, sem medo. Talvez ela já tenha subido ao topo do topo... e finalmente percebeu que esse lugar pode ser o mais solitário de todos.

Eu, pessoalmente, estou a gostar muito de conhecer esta Larissa mais calma, mais humana, mais verdadeira. Aquela que se emociona com um reencontro, que ouve com o coração, que valoriza a natureza, o silêncio, o toque genuíno. A cena da borboleta foi lindíssima. Poética até. Representa tão bem o que ela está a viver: uma metamorfose. Um regresso à essência.

E aquele relato do amigo-amor de infância… tocou-me. Ele viu-a. De verdade. Descreveu-a com uma delicadeza e profundidade que poucos ousam. Ali senti que a Larissa estava rodeada de amor autêntico... não o amor dos aplausos, mas o que conhece a tua sombra e, mesmo assim, escolhe ficar.

Analisando tudo, parece-me que a Larissa está a abrir os olhos para algo essencial: o mundo do poder e da fama pode parecer brilhante por fora, mas lá dentro é um vazio constante, uma corrida sem fim. Agora, talvez mais do que nunca, ela está a perceber a beleza dos pequenos passos, dos gestos simples, da paz que não precisa de palcos.

E sim… pergunto-me se o afastamento do Pedro foi medo. Medo de sentir demasiado, medo de não saber como ser amada de forma tranquila, sem exigências. E talvez ele, por achar que ela é “demasiada areia para o camião dele”, tenha recuado também. Mas quem sabe? Gosto de acreditar que o amor certo sabe esperar. E que ela merece alguém que pertença ao mundo que está agora a escolher habitar: mais lento, mais leve, mais real.

Pedro, o teu documentário ficou incrível. Puro. E se algum dia a Larissa decidir virar cantora de mantras num monte… olha, eu estarei lá a ouvir, de olhos fechados e coração aberto.

Se algum dia a Larissa/Anitta ler este meu post sobre o seu documentário, lhe dedico algumas palavras: "Larissa, sê feliz. Com ou sem Anitta. Com palco ou com pés descalços. Tu já és tudo, não te percas de ti mesma."

Se ainda não viste este documentário disponível nas plataformas digitais, convido-te a fazeres, sem julgamentos e coração aberto para a ver verdadeiramente.


1 comentário:

  1. Anónimo13 agosto

    Oiii Delta a anitta ta diferente nao é ela nao

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